sábado, 7 de março de 2009

Déjà vu

É engraçado, mas dois fatos futebolísticos atuais me remetem ao ano de 1966, numa estranha sensação de déjà vu.

Pra quem teve preguiça de olhar o significado dessa palavra no link, explico que é aquela sensação de “já vi isso antes” que às vezes a gente tem quando se depara com um fato novo. Algumas pessoas entendem isso como um bug da Matrix, mas vá lá, talvez seja isso mesmo.

Esclareço ainda que, embora eu já existisse à época, tinha apenas 9 anos, então minha sensação de “ter visto antes”, deve ser interpretada como “ter lido antes”, pois na verdade ainda não acompanhava futebol com muita atenção (gente, não era fácil ser são-paulino na década de 60...)

Pois bem, voltando ao tema deste post, o primeiro é o fato de estarmos com “excesso” de craques no São Paulo – e pensar que no ano passado reclamávamos de um elenco pequeno – e fazermos um rodízio entre eles nos jogos. Isso me remete à seleção brasileira de 1966, em que foram convocados inicialmente 43 jogadores para a Copa e só nos últimos momentos definidos os 22 que iriam para a Inglaterra. Isso gerou um clima de oba-oba e já ganhou por excesso de confiança, mas o fato é que nunca houve uma personalidade para a seleção. E deu no que deu.

Preocupa-me um pouco esse nosso rodízio. É necessário poupar jogadores para uma competição mais importante? Ok, mas então vamos dar nomes aos bois: esse jogador é o titular e esse é o reserva, o primeiro vai ser poupado e o segundo vai ter uma oportunidade de mostrar seu trabalho e porque ele quer ser titular. Ter 22 titulares se revezando não dá.

O segundo fato foi a fenomenal estreia de Ronaldo – confesso que nunca vi soltar rojão quando um jogador entra em campo como fizeram aqui perto de casa – na última quarta-feira.

Lembrou-me quando Garrincha veio jogar no Corinthians, também em 66, já na descendente de sua carreira. Jogou poucos jogos, perdeu e empatou mais do que ganhou. Seu último jogo foi contra o São Paulo, em que marcou um gol (grrr...). Vem dessa época uma coisa que meu pai me disse sobre o Corinthians ser um time bom para jogador encerrar a carreira – acho que foi a única vez em que ele colocou as palavras “corinthians” e “time bom” na mesma frase.

Espero que o Ronaldo não encerre sua carreira por lá, ele não merece isso.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Calando Cáli


As declarações do elenco ao longo desta última semana - Hernanes, Dagoberto e Zé Luís, para citar alguns, cobravam melhor futebol e uma equipe mais ligada no jogo durante os 90 minutos - surtiram efeito na partida de ontem, frente ao América de Cáli, pela Copa Libertadores de América. O Tricolor bateu a equipe local por 3x1, o futebol apresentado foi bem superior ao da estreia, com o time procurando as jogadas pelos lados e trocando bons passes, com mais objetividade. A equipe escarlate, ao contrário do que se esperava, foi presa fácil para o São Paulo e não passou nem pertou das tradicionais equipes colombianas, que, com a ajuda da torcida, pressionam o adversário desde o início da partida.

Em parte, a boa partida tricolina pode ser explicada por ter conseguido marcar seu primeiro gol logo com dois minutos de jogo, em belo lançamento de Jorge Wagner para Washington, que venceu o zagueiro e a indecisão do goleiro e tocou para o fundo das redes. Com o placar adverso, somado a necessidade de vitória por jogar em casa e ainda por ter estreado com derrota no torneio, o América foi tomado pelo nervosismo e tinha dificuldades em executar suas jogadas. Ao São Paulo bastou paciência para encaixar seus contragolpes e disciplina tática para ocupar os espaços no campo, pois o resultado lhe permitia atuar da maneira que mais gosta: marcando atrás e esperando o erro do adversário.

O segundo gol não demorou a sair, agora, em lançamento pela direita, executado por Hernanes, encontrando novamente Washington em disputa com a zaga adversária. O matador Tricolor tocou a bola à frente, ganhou na corrida da zaga e, em mais um lance de indecisão de Mesa, o goleiro escarlate, ampliou. O nervosismo do time de Cali era tão evidente que o goleiro e um componente da zaga quase se agrediram, após uma discussão pela falha no lance do gol.

O América errava até passes curtos, deixando a bola escapar pela linha lateral, já o São Paulo continuava a exercer boa marcação e explorar as jogadas laterais, com Júnior César aparecendo pela esquerda e Hernanes pela direita, em algumas vezes alternando com Zé Luís. Jorge Wagner cadenciava a partida para o Tricolor. O América assustava somente em jogadas de bola parada, com Rogério Ceni fazendo, pelo menos, duas belas defesas. Pelo meio, a zaga Tricolor estava bem postada, mesmo com o exagero de haver três zagueiros para o solitário atacante Adrián Ramos.

No segundo tempo, o São Paulo continuou mandando no jogo e, numa rebatida do goleiro, após defender uma bola no susto, Borges foi mais esperto e cabeceou a bola para o fundo do gol, aumentando a vantagem tricolina. O América só foi melhorar com a entrada do atacante Parra no lugar do nulo meio-campista Otalvaro e, por pelo menos dez minutos, atuou como a equipe que se esperava, pressionando o São Paulo em seu campo, chutando seguidamente ao gol e exigindo boa participação de Rogério Ceni. Em uma dessas jogadas, numa bela troca de passes pela esquerda, Cortez surpreendeu Zé Luís e marcou o único tento da equipe escarlate.

Apesar disso, não seria exagero dizer que o São Paulo poderia voltar para a casa com, além dos três imporantíssimos pontos, uma goleada histórica, visto que Washington e Borges tiveram boas chances para ampliar a contagem, agora com boas intervenções do goleiro da equipe de Cáli. A atuação dos Diabos era tão revoltante que no segundo tempo o jogo ficou paralisado por cinco minutos, devido a um princípio de tumulto causado pela torcida, que atirava rádios e garrafas no gramado. Ao final, o América buscava um gol para diminuir o seu vexame e o São Paulo tocava a bola, gastando o tempo, e esperava um erro adversário para poder ampliar o placar.

Enfim, foi uma partida onde o Tricolor foi muito bem coletivamente, variando as jogadas ao invés de apostar unicamente no chuveirinho, e não teve medo de atacar, sendo extremamente objetivo, ao invés de ter a posse de bola e, aparentemente, "não saber o que fazer" com ela.

Destaques individuais para o oportunismo de Washington, a movimentação de Borges, a atuação de Jorge Wagner, deslocando-se por todo o campo e cadenciando o jogo. Miranda, com uma marcação implacável e bom posicionamento, esteve um pouco acima do trio de zaga ontem, que fez uma bela partida. Rogério Ceni, quando acionado, foi muito bem, com defesas difíceis e passando tranquilidade para a equipe. O São Paulo se recupera do fiasco da estreia com um excelente resultado conquistado em Cáli - cabe lembrar que Muricy derrubou mais um tabu pois o Tricolor nunca venceu na Colômbia disputando o torneio - e assume a liderança do seu grupo, ao lado do Defensor-URU, adversário na próxima rodada, fora de casa, mas principalmente jogou um futebol convincente, o que deve trazer tranquilidade à equipe, diminuir a cobrança e aumentar a confiança da torcida na esperança de mais uma bela campanha no principal torneio interclubes da Conmebol.

quinta-feira, 5 de março de 2009

É hoje que o jogo só acaba amanhã...


Tricolor e o retrospecto em madrugadas históricas
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Na noite de hoje o São Paulo vai até Cáli na Colômbia, onde enfrenta o América. O jogo está marcado para as 21:30 do horário local (23:30 de Brasília).

Algumas partidas do São Paulo foram disputadas na madrugada, ou começaram tarde da noite e invadiram os primeiros minutos do novo dia. Algumas entraram pra história, e nos fizeram cair na cama mais tarde. Beeeeem mais tarde.

O primeiro exemplo e que está na memória de muitos, é a inesquecível final do Brasileirão de 1986. O jogo começou as 21:30. Depois dos 90 minutos de jogo, ainda teve os 30 minutos da prorrogação mais emocionante da história. Quando tudo parecia perdido, Careca fez o gol de empate, garantiu a artilharia do campeonato e ainda levou o jogo para os penaltis.
Até a última cobrança de Wagner Basílio, o relógio já marcava quase 1 hora da manhã! A festa é claro, transbordou madrugada adentro.

Outras partidas que valem o registro:

* A Final da Libertadores de 92 contra o Newells.
* O jogo contra o Rosário em 2004....
* Além é claro dos Mundiais disputados em 92 e 93 em que a ansiedade nos proibia de deitar na cama antes das 4 horas da manhã!

Hoje o jogo é válido pela primeira fase da Libertadores. Mas se o desempenho for animador, futuramente nos lembraremos de um jogo que varou a madrugada e foi importante na história do tricolor.

terça-feira, 3 de março de 2009

Hernanes espera mais do time!


Vejo declarações de Hernanes pela mídia de que o "São Paulo ainda não convenceu". O meio-campista tricolor reconhece que o time anda devendo futebol, que a estreia na Libertadores não foi nada legal, que uma vitória "passa cera em cima" dos erros que ficam evidentes em derrotas e são apontados pela torcida nas discussões sobre o time, desde o boteco da esquina aos fóruns de comunidade sobre futebol.

Pois é... parece que o torcedor tricolor não está de todo errado então quando cobra um melhor futebol do time! Afinal, se o camisa 10 da equipe, craque do último campeonato, e muitas vezes apontado pela imprensa como um dos mais articulados em suas declarações, ao lado de Rogério Ceni, solta uma dessas, a chance de tal declaração ser considerada uma besteira é bem pequena...


"Mais do que vencer, queremos reencontrar essa força e o futebol para nos convencer." - declaração de Hernanes, segundo a webmídia do dia de hoje!

segunda-feira, 2 de março de 2009

A edição de estreia do Debatecast está no ar!



Para baixar a estreia do Debatecast em mp3 (22min, 10MB) clique aqui.

domingo, 1 de março de 2009

Domingão de estreia!


Olá, Tricolores!

Venho aqui só para comunicar que o primeiro debatecast aconteceu agora há pouco! O programa contou com a participação de 4 membros da São Paulo FC - Em Debate que toparam abrir mão de alguns momentos com a família nesse fim de domingo, depois de uma derrota para o peixe onde todo mundo poderia estar de mau humor, para ajudar na empreitada de produzir e colocar no ar o podcasting.

Nesse "programa" de estreia vocês ouvirão Thi, Flávio, Renato e Jun emitirem suas opiniões sobre:

- O Clássico San-São.
- Washington x Fabão: Foi pênalti ou não?
- A classificação do Paulistão
- Libertadores: o desafio em Cáli.

Agora, a "briga" é para colocar o podcasting no ar para que todos possam ouvir, discutir, avaliar, sugerir, criticar, etc. O Jun já está trabalhando na edição para tentar colocar a mídia no ar ainda nessa madrugada!

Por enquanto, ficam os agradecimentos aos quatro desbravadores Thi, Flávio, Renato e Jun, que participaram na estréia e doaram um pouquinho do seu tempo para a realização do "programa"!

Valeu mesmo, pessoal!

Agradecimentos especiais ao Shida por está tomando a frente na parte técnica e confecção dos "jingles" para esse primeiro programa, bem como as dicas valiosas para produzi-lo, e ao PC e ao Sandro, pelas dicas dos softwares e como trabalhar como eles, além de um abraço para o leiteiro, o açogueiro, o padeiro e o Maguila!

Fico imaginando que deve ter tido o problema de ninguém ser de produção de rádio, nunca (ou raras vezes) ter participado de gravações assim e alguns erros de timing/gravação devem surgir, mas vale o esforço de todo mundo que está aí querendo se divertir, falando de SPFC, sem deixar de respeitar a opinião contrária!

Ficamos na espera do arquivo para download! Sucesso na empreitada, pessoal!