segunda-feira, 22 de junho de 2009

É Ricardo Gomes!

Antes de mais nada, confesso que sou apenas um torcedor de futebol, pouco entendo de tática. Sem olhar a escalação não sei nem dizer se um time está jogando no 4-4-2, 4-3-3 ou qualquer outra combinação numérica. Nesse quesito parei no tempo do 4-2-4, era mais fácil, todo time jogava mais ou menos igual.

Até um mês atrás eu era dos que achavam que o Muricy não deveria sair do São Paulo antes do final do ano. Também gostaria de ter ganhado todos os campeonatos nos últimos três anos e meio, mas valorizo a conquista do tricampeonato brasileiro e não trocaria nem a pau os três títulos juntos por uma única Libertadores nesse período se isso fosse possível.

Até onde entendo a conquista ou perda de qualquer título depende de vários fatores: bons jogadores, vontade de ganhar, estrutura do clube, planejamento, dinheiro, torcida e técnico, só para mencionar os principais que me ocorrem no momento. O que difere na receita para ganhar um campeonato de pontos corridos ou o chamado mata-mata é o peso que cada um desses quesitos tem na montagem da equação.

O técnico é menos relevante num torneiro por pontos corridos? Sim, certamente. Mas tem peso zero? Com certeza não. O forte elenco do São Paulo foi fator preponderante na conquista? Pode-se afirmar que sim. Qualquer outro técnico teria ganhado esses títulos? Nesse caso, responder que sim é mera especulação. Só o que sabemos com certeza é que o Muricy estava lá quando os ganhamos.

Mas não estou escrevendo isso para defendê-lo, Muricy é uma página virada na nossa história, para o bem ou para o mal. Os mesmos argumentos acima servem para demonstrar que ele tem parte da responsabilidade nos títulos perdidos também.

Sua demissão era de certa forma esperada (quem realmente acreditava que iríamos ganhar a Libertadores deste ano?), não havia mais clima para ele. Se o time houvesse perdido para o Cruzeiro com outra postura em campo até poderia ter sido diferente. Mas foi uma partida bisonha que coroou uma série mais bisonha ainda.

A parte da mídia que vive de crises adorou, principalmente porque é dentro de um time tido e havido como imune a elas, o que é uma grande bobagem. A parte da torcida que vai ao estádio e grita "É Muricy!" certamente não queria isso.

A contratação da incógnita Ricardo Gomes é exatamente isso, uma incógnita. A menos que ele consiga mudar radical e rapidamente os rumos do São Paulo, é provável que ele escute os gritos de "É Muricy!" enquanto durar sua curta permanência no São Paulo. Ou até mesmo depois que sair.

É hora de fazer reformulações pra valer no clube. Se há frutas podres no elenco, elas devem ser rapidamente eliminadas também. É preciso repensar o planejamento e parar de fazer mudanças durante o percurso. É preciso paciência da torcida também, pois esse trabalho é demorado e não apresentará resultados imediatos, qualquer que seja o técnico. Por ora é melhor gritarmos “É Ricardo Gomes!”

A menos que o projeto de fazer do Morumbi a sede da abertura da Copa tenha realmente prioridade sobre qualquer outra coisa. Mas aí peço que me avisem desde já, pois vou colocar o despertador para me acordar só em 2014.

2 comentários:

Claudio Leiva ''Claudera'' disse...

Excelente post.
Concordo em tudo.
Ricardo Gomes a melhor opção? Longe de ser até pq o cara não conhece muita coisa dos jogadores e não é um técnico de renome e nem de conquistas.
Mas já que ele veio temos que deixar o homem 'trabaiá'.
Acho que realmente o ciclo de muricy acabou no São Paulo pelo menos até então mas o RG não é o preferido de ngm além da diretoria.
Outra coisa tbm é que falaram que o RG seria casado com a filha do Ricardo Teixeira e ele desmentiu que é uma mentira e que só viu o RT duas vezes na vida, qdo foi contratado pela CBF e qdo foi demitido. Vamos ver agora como será o trabalho dele dentro do clube espero queimar a língua com ele.

Mateus Woszak disse...

Muito bom o texto, Edison.

E peço desculpa a todos por ter participado menos, pela falta de tempo de criar algo lógico para postar...